Número de cuidadores cresceu mais de 500% em um período de dez anos

Conheça essa profissão e saiba o que é necessário para desempenhá-la com excelência

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A população idosa no Brasil tem aumentado nos últimos anos. Pessoas com 65 anos ou mais já correspondem a cerca de 10% do total de brasileiros: são mais de 32,9 milhões de idosos em todo o País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As consequências disso também se refletem no mercado de trabalho e há uma crescente demanda por cuidadores de idosos e de pessoas com necessidades especiais que precisam de atenção que nem sempre a família consegue dar. Contudo os parâmetros dessa profissão que está migrando da informalidade para a formalidade estão mudando.

Nercila Maria Jardim, de 53 anos, enfermeira e docente do curso de cuidador de idoso do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em São Paulo, lembra que a população idosa no Brasil continuará a aumentar e deverá triplicar nas próximas três décadas, segundo projeções do IBGE. “Teremos uma população ainda mais madura e, com o avanço da medicina e da expectativa de vida, a procura por cuidadores também deve aumentar substancialmente”, avalia.

De acordo com informações da Fundação Getulio Vargas (FGV), de 2007 até 2017, o número de cuidadores saltou de 5.263 para 34.051. “É um crescimento impressionante de 547%. Com isso, a oferta de vagas teve um crescimento vertiginoso nos últimos anos. Para se ter uma ideia, a profissão foi uma das que mais cresceram nesse período e continua com muitas vagas sendo oferecidas em todas as regiões do País. E o melhor: o que se espera, para o futuro, é ainda mais crescimento e oportunidades para o cuidador de idosos”, analisa.

Nercila esclarece quais são as competências de um cuidador: “o profissional tem como atribuição os cuidados com a pessoa idosa no que se refere ao bem-estar, considerando sua higiene, seu conforto, entretenimento, sua alimentação, mobilidade e saúde, para zelar por sua integridade física, emocional e social. O cuidador atua na inclusão e na relação entre o idoso, familiares e integrantes da equipe profissional de saúde”.

O cuidador pode atuar como prestador de serviço, em residências, em hospice (unidades de cuidados paliativos para quem tem doença severa e progressiva) e em instituições de curta ou de longa permanência.

“Esse não é um trabalho simples. Além da rotina, muitas vezes bastante puxada, o ato de cuidar requer atenção e sensibilidade para que exista boa convivência, bem como habilidades específicas na hora das refeições, do banho e até mesmo na recreação, quando é preciso ter criatividade, prevenir acidentes ou resolver uma emergência.”

O cuidador também precisa saber identificar fatores de risco para o idoso. “Existem diversos fatores de risco que contribuem para a ocorrência de incidentes com a pessoa idosa e os principais são idade, fraqueza muscular, história prévia de queda, déficit cognitivo, desequilíbrio, tontura e uso de psicotrópicos. Para que o cuidador identifique os riscos é necessário acompanhamento diário das atividades, da alimentação, da higiene e das consultas com a equipe multidisciplinar”, orienta.

Em razão da importância das tarefas desses profissionais, os familiares de idosos buscam pessoas qualificadas. “Podem atuar como cuidadores pessoas formadas em cursos livres, com carga horária de 80 a 160 horas, com idade mínima de 18 anos e ensino fundamental completo.

Com o curso, elas podem aprender diferentes técnicas de assistência para o banho, a alimentação e a locomoção, receber treinamento para prestação de primeiros socorros e conhecer métodos de promoção da saúde, do humor e do bem-estar do paciente”, esclarece.

Ela avalia que o cuidador deve ter empatia como pré-requisito para a função: “trata-se da arte de se enxergar na posição do outro, usando a compreensão para guiar suas interações e soluções de conflito com o próximo. Ela traz ao dia a dia do idoso facilidade de se relacionar, redução de conflitos e da carga de estresse, aprimoramento de seu autoconhecimento e ampliação de sua visão de mundo”.

Nercila recomenda agir sempre com responsabilidade. “Lembre-se que a família está confiando a você uma tarefa que, naquele momento, está impossibilitada de realizar, mas que espera que seja desempenhada com todo carinho e dedicação. Seja pontual, tenha assiduidade e cumpra o compromisso contratual. Amplie o repertório de atividades que podem ser desenvolvidas com o idoso na vida diária e ocupe o tempo ocioso dele, mesmo em casos de mobilidade funcional reduzida e senilidade, visando promover sua autonomia e independência e estimular as potencialidades dele”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Inside Creative House/getty images / Arte: Edi Edson