8 dicas para reduzir as dívidas e organizar a vida financeira

Está endividado e não sabe por onde começar? Veja as dicas renegociar as dívidas e começar a poupar

Está endividado e não sabe por onde começar a organizar sua vida financeira? Segundo a Pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista, metade dos brasileiros comprometeram mais de 50% de sua renda com o pagamento de dívidas ao longo do primeiro semestre deste ano.

Altos índices de desemprego e a pandemia ajudam a tornar a situação mais delicada, mas diante do problema é preciso tomar providências. Uma dívida não paga pode resultar em nome sujo, perda de bens e até processos na Justiça. Além da tensão emocional que é se ver diante de uma situação que só piora.

Confira estas dicas do educador financeiro Reinaldo Domingos, autor de “Livre-se das Dívidas” e também dos sites de educação financeira Mobills, Acordo Certo e Serasa Ensina.

1) Faça um levantamento de todas as suas dívidas

O primeiro passo é saber para quem deve. Faça um levantamento que inclui quais os tipos de dívida, quem é o credor (pessoa ou empresa para quem você deve), qual o valor inicial e atual da dívida, o CET (Custo Efetivo Total) da dívida, que inclui juros mais taxas e prazo da dívida.

Coloque as dívidas em ordem decrescente da taxa de juros (do maior juro para o menor juro). Desse modo fica mais fácil saber qual dívida priorizar na negociação.

2) Faça a análise da sua situação financeira

Aqui você precisa fazer um diagnóstico completo de toda sua vida financeira. Registre tudo (até mesmo os pequenos gastos como cafezinho e gorjetas) por 30 dias para descobrir para onde está indo cada centavo do seu dinheiro.

Responda a essas perguntas:

Quanto você ganha por mês?
Quanto você gasta por mês?
Qual parcela do seu dinheiro está comprometida com dívidas?
Quais são as suas despesas fixas e variáveis?
Quanto você precisaria por mês caso acontecesse algum imprevisto (como o desemprego)?

3) Avise a família

É importante que toda a família esteja a par da situação financeira, pois todos devem se envolver no corte de gastos e também na busca de alternativas para encontrar fontes de renda extra.

4) Corte todos os gastos que não forem necessários

Quando as pessoas estão endividadas precisam aprender a apertar o cinto e adaptar os gastos à renda e não o contrário. Avalie todas as despesas e veja onde é possível fazer cortes e reduções. Corte tudo que for supérfluo: academia, assinaturas de serviços e produtos, idas ao salão de beleza. Utilize opções de lazer gratuito.

5) Saiba que crédito não faz parte da sua renda

A sua renda é o que recebe no fim do mês já tirando todos os descontos, e é isso que deve aprender a usar, sem cair na tentação de somar ao limite do cheque especial ou do cartão de crédito. Se você trabalha para pagar o rotativo do cartão e não consegue cobrir o cheque especial, provavelmente já entendeu por que está endividado.

A dica de Reinaldo Domingos é evitar o cheque especial — e se possível, nem ter — e ter limites do cartão de crédito inferiores ao seu rendimento. Ele sugere 50% do ganho.

O cartão de crédito pode ser usado desde que seja possível pagar o valor da fatura integralmente no vencimento.

6) Monte um plano de ação

Defina uma ordem de prioridade para saber quais as dívidas serão pagas ou negociadas primeiro.

Devem ser priorizados os pagamentos de contas essenciais, evitando o corte de fornecimento de serviços indispensáveis, como água, luz, plano de saúde.

Depois, priorize as dívidas com as maiores taxas de juros, como cheque especial e rotativo do cartão.

Caso tenha possibilidade de pagar uma dívida com juros menores, uma possibilidade é trocar a dívida de juros muito altos por outra com juros menores, como um empréstimo pessoal.

Mas é preciso estar ciente de que só deve assumir uma dívida que realmente tenha condições de pagar.  Por isso é tão necessário fazer as contas.

Defina quanto pode pagar

Defina um valor limite para negociar e não assuma um compromisso com o qual não possa arcar.

7) Busque uma renda extra

Às vezes, só cortar não basta, ou mesmo com todos os cortes possíveis ainda falta dinheiro para se livrar das dívidas. Se essa for a sua situação, o caminho pode ser a renda extra. Pode ser com um trabalho nas horas que estavam livres, bicos nos finais de semana ou mesmo com vendas.

Você pode se desfazer de itens que não usa mais ou criar produtos, bolos, doces, artesanatos, e vender para amigos, vizinhos ou mesmo na internet. Descubra alguma atividade que você leva jeito e comece a empreender.

8) Comece a poupar

Não deixe para poupar apenas o que sobra no final do mês, porque quando estamos descontrolados financeiramente nunca sobra nada.

O ideal é poupar pelo menos 10% de seu salário assim que ele cai na sua conta. Mesmo que inicialmente não dê para poupar esse porcentual, comece com qualquer valor, para cultivar o hábito.

A primeira poupança a ser criada deve ser a da reserva de emergência, que deve cobrir, em média, seis meses do total das despesas. Desse modo, no caso de ocorrer um imprevisto, em vez de se endividar será possível usar o dinheiro da reserva. Assim que utilizar, comece a poupar novamente até fazer com que essa reserva atinja o valor suficiente para cobrir estes meses de despesas. Só então passe a poupar para atingir outros objetivos, como fazer uma viagem, trocar de carro, ou até mesmo poupar para a aposentadoria.

Fontes: “Livre-se das Dívidas”, de Reinaldo Domingos; Mobills Educação Financeira, Acordo Certo, Serasa Ensina

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Colaborador

Do R7 / Foto: iStock