Uma vida dedicada em favor dos aflitos

Em entrevista exclusiva, Bispo Macedo revela detalhes do seu ministério

Imagem de capa - Uma vida dedicada em favor dos aflitos

Nesta edição comemorativa estamos relembrando ao longo das páginas a história de lutas e vitórias da Universal. Um ministério que começou com o despertar de um homem para a dor daqueles que sofrem por não conhecerem a Deus. Por causa disso, o Bispo Edir Macedo (foto abaixo) e sua família decidiram largar tudo para sacrificarem suas vidas em prol dos sofridos. Essas quatro décadas foram marcadas por renúncias, desafios, perseguições e uma incansável dedicação em levar e praticar a Palavra de Deus para transformar vidas ao redor do mundo.

Em entrevista à Folha Universal, o Bispo Macedo e sua esposa, Ester Bezerra, contam segredos da sua trajetória de fé e deixam ensinamentos para aqueles que precisam de respostas para suas dificuldades. As filhas, Cristiane Cardoso e Viviane Freitas, também revelam memórias e dores que viveram nesses anos.

Folha Universal: Em seus anos de existência, a Universal se espalhou pelo mundo. Os senhores imaginavam que iria chegar tão longe?


Bispo Macedo: Eu não imaginava. Eu trabalhava pensando no pão de cada dia, quer dizer, nas almas que alcançaria a cada dia, não olhava para o futuro. A Universal nasceu em uma antiga funerária, onde se velava o corpo de defuntos. No começo, as pessoas pensavam que éramos loucos porque aplicávamos uma fé que somente nós entendíamos. E, conforme ensinávamos as pessoas a obedecer à Palavra do Altíssimo, então a vida delas era transformada e isso atraía outras pessoas. A Igreja Universal do Reino de Deus é fruto da prática dessa Palavra.

Ester Bezerra: Pela fé a gente imagina que Deus vai fazer coisas grandes, mas os olhos humanos não alcançam o que Ele tem de fato preparado para nós. Você vai vivendo aos poucos. O crescimento foi assim, primeiro espalhando pelas cidades, pelos países e assim fomos vendo acontecer.

FU: Mesmo diante de tantas crises, Deus tem abençoado a Universal. A que o senhor atribui esse êxito?

BM: Eu atribuo esse êxito à sinceridade e à pureza do trabalho. Eu sabia que, se eu correspondesse às expectativas de Deus, o Espírito dEle iria conduzir o trabalho de forma magnífica. Se a pessoa está aliada a Deus, se há parceria com Ele, então tem que acontecer coisas grandiosas. Eu sabia que havia essa união entre mim e Ele, por isso havia aquela paixão por ajudar as pessoas sofridas. O Espírito Santo viu e tem visto o desejo, o propósito, a sinceridade, a seriedade do trabalho dos pastores, de todos nós. Então, Ele abençoa.

EB: Eu vejo a união que há entre nós, pastores e suas esposas. A Igreja Universal não seria nada se não fossem a dedicação e o sacrifício de cada um. Eles deixam sua cidade para ir a qualquer lugar. Muitas vezes são lugares distantes ou no meio de povos que falam outras línguas, eles correm riscos.

BM: Quem é guiado pelo Espírito Santo tem um só espírito, um só propósito, um só objetivo, um só coração, um só pensamento. Não há divisão, separação, orgulho ou vaidade pessoal que possam impedir a ação do Espírito Santo. Graças a Deus, a Igreja é edificada sobre a Palavra de Deus, que é a fonte dessa união.

FU: Qual é a necessidade da igreja nos dias atuais?

BM: É descobrir uma maneira mais fácil de as pessoas ouvirem a voz de Deus. É isso que nós estamos buscando, que o Espírito Santo nos dê essa sabedoria para que possamos falar com elas em uma linguagem que compreendam e, então, obedeçam aos ensinamentos para alcançar aquilo que Deus prometeu. As pessoas querem resultados imediatos. Elas vivem no pecado e na injustiça durante décadas e, quando chegam à Universal, elas querem que Deus faça mágica e mude a vida delas da noite para o dia. E não é assim. Pode até ser que aconteça, se elas obedecerem imediatamente, se elas se entregarem imediatamente no Altar. Porque a vida da pessoa muda à medida que ela obedece ao que está escrito na Palavra.

FU: Neste ano, a Folha Universal completou 25 anos. Qual a importância desse trabalho para a Universal?

BM: A Folha Universal me faz lembrar minha falecida mãe. Ela lia tudo, de capa a capa, porque gostava do jornal. Eu sei que a Folha chega aos presídios, aos lugares de difíceis acesso. Para quem é livre, que pode entrar na internet, assistir televisão, ouvir rádio à vontade, a Folha Universal pode não ter tanto efeito. Mas, quando alguém que está sofrendo ou aflito pega o jornal e lê, a pessoa começa a entender a mensagem ali escrita. Essa pessoa com certeza dá um grande valor para a Folha por causa da sua mensagem positiva.

FU: Que mensagem gostaria de deixar aos leitores?

BM: Quem forma os profissionais são os professores. E eles fazem isso usando a palavra. Quando o aluno absorve a palavra do professor e se esmera em aplicá-la, ele se torna um excelente profissional. Agora imagine quando a pessoa se aplica na Palavra de Deus. Não há limites para aquelesque ousam colocar a Palavra em prática. Deus é tão justo, tão perfeito, que Ele tem colocado em nossas mãos o direito à vida ou à morte, o direito ao sucesso ou ao fracasso. Cabe a cada um de nós escolher aquilo que é certo ou errado. O cristão que se aplica na Palavra se forma na vida eterna, uma vida ilimitada, de sucesso. Uma vida abundante, uma vida próspera, uma vida que glorifica o Autor da Palavra.

EB: É uma honra para nós que Deus tenha nos confiado a Sua Obra. Entretanto, nós temos que ter o cuidado de sempre mostrar às pessoas que é Deus quem faz todas as coisas. A igreja é apenas esse professor, que está ali para ensinar, mas a atuação é do Espírito Santo. Então, nós não recebemos honras nem glórias. Apesar de estarmos completando 40 anos, toda honra e toda glória é do nosso Deus.

Cristiane Cardoso

“Desde pequena eu admiro meus pais pelo amor e pela dedicação que eles têm pelas pessoas e pela Obra de Deus. Mas eu só passei a ter este amor quando eu nasci de Deus. A partir daquele dia eu queria fazer o mesmo. Não porque meus pais faziam ou porque isso era esperado de mim. Eu queria falar de Jesus para todo mundo e servi-lO pelo resto da vida.

A primeira situação difícil que eu tive como esposa de pastor foi do início da Obra fora do País. Eu era muito jovem, recém-

casada e, além de morar no exterior longe da família, ficamos afastados da igreja, por isso passava muito tempo sozinha.

Na época, nós evangelizávamos muito e alcançávamos poucas pessoas. A gente trabalhava, orava, jejuava e não via resultado. As pessoas não entravam na igreja ou quando o faziam não permaneciam. Dávamos o melhor, mas parecia não funcionar. Depois de algum tempo passamos a ver resultados. Hoje a igreja no local cresceu muito.

Me sinto privilegiada por ter crescido na Universal. Nós somos uma família, esposas, os pastores, os bispos, os obreiros, todos que colaboram com o trabalho de alguma forma. Tudo o que eu sei e sou aprendi nas reuniões da igreja, nas reuniões de obreiros, de pastores, com as dificuldades vividas e as perseguições. Também com a forma como a igreja lida com a perseguição e o preconceito. E a maneira como trabalhamos de forma incansável para alcançar almas.

Viviane Freitas

“Minha primeira memória do início da igreja é na antiga funerária. Eu ainda era muito criança. Mas lembro que achava tão gostoso estar ali. Eu vivia alegre com a Obra de Deus. Sempre vi meu pai falando da fé viva, do Deus Vivo com tanta ousadia e disposição, que não tinha como não ser contagiada pelo Espírito que estava dentro dele.

Eu quis servir a Deus no Altar desde o dia em que fui batizada com o Espírito Santo. Eu queria ser usada para ganhar almas. Nasceu dentro de mim um desejo enorme de fazer o mesmo que meu pai. E que hoje continua muito mais forte do que era no passado.

O momento mais difícil na Obra de Deus foi quando nós perdemos a guarda dos nossos dois filhos adotivos. Isso me fez viver o início de um inferno na terra. Eu sentia muita saudade deles. Mas eu decidi deixar minhas dores e necessidades no Altar. E o Espírito Santo me consolou. Hoje nossos dois filhos estão de volta conosco.

A Universal representa a minha mãe espiritual. Eu pensei que, ao escolher servir no Altar, eu iria apenas fazer a Obra de Deus. Mas ela é feita primeiro em mim, para que essas experiências sirvam para ajudar outros e testemunhar o que a fé me fez viver. O Altar me mantém viva. A Universal me levou a conhecer a Deus e me educa em todos os sentidos. Aqui eu vejo a veracidade da Palavra dEle.

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Colaborador

Por Thais Toledo / Fotos: Demetrio Koch e Arquivo Pessoal